Aliás, serei mulher
eternamente, sem idade, até porque de tênis, jeans e camiseta dificulta
identificar a idade, pelo menos enquanto se está de costas.
Na verdade, é que, com o passar dos
anos, dos aprendizados, das dores, alegrias e conquistas, eu que sou da
década de sessenta, passei a não mais querer fazer parte de rótulos. Quero ser
identificada por aquilo que realizei, que me tornei, e cá entre nós, pelo muito
que ainda farei.
Não sou como as mulheres da minha
idade de anos atrás, vivo melhor, e esse bem-estar reflete também em minhas
atitudes e de como encaro os fatos no decorrer da minha vida.
Hoje se vive mais, as gerações se
estendem, juventude se estende, e as crises dos quarenta, cinquenta também
tendem a chegar um pouco mais tarde.
Por isso, tenho plena consciência
da idade que tenho, e o fato de não aparentar é graças a forma como eu escolhi
viver. Cuido da mente, do corpo e do espírito. Procuro ter boas atitudes para
comigo e com os que estão a minha volta.
Convivo com pessoas de todas as
idades, e me relaciono bem com todas elas. Troco experiências, conselhos,
histórias de vida. Pratico a empatia, a escuta e procura não julga-las.
Então, a idade para mim não é um fator
preponderante, e sim um estado de espírito. Procuro não deixar a minha criança
interior morrer e tenho plena consciência de quem sou.
Procuro cultivar um grande amor por
mim mesmo todos os dias, me dando atenção, me perdoando. E quando me olho no
espelho vejo todas as fases da minha vida com gratidão e amor.
E como diz a música de Lulu Santos,
Tempos Modernos: "Não há tempo que volte, amor. Vamos viver
tudo que há pra viver. Vamos nos permitir."